terça-feira, 14 de março de 2017

Billy Bilo e seu Hamburg Demonstrations


Capa - marvilhosa- do Hamburg Demonstrations


Hey, pessoas que ainda leem esse blog! xD

Como a maioria aqui (acredito) deve saber, domingo passado foi o aniversário do menino mais fofo do universo, assim como também o poeta mais genial dessa geração: Pete Doherty <3

No dia 12 de março o nosso Bilo fez 38 anos, alcançando assim seu melhor amigo/amante/rival Carl Barat! (pelo menos até este fazer 39 em junho...) hahah

Por que não teve post aqui no blog de comemoração a isso??? Por quee???? Porque eu sou um desastre lidando com as coisas da minha vida e sempre me atraso! :p

Anyway, esse vai ser o (longo) post de comemoração - atrasada - ao aniversário do meu fofo!

Primeiramente, gostaria mencionar o fato de que no dia do aniversário dele, ele e a Puta Madres (banda solo dele) estava fazendo um show em Bruxelas (com a AmyJo & The Spangles como suporte, a propósito) quando ninguém mais, ninguém menos do que o senhor Peter John Doherty apareceu e cantou What A Waster com ele!!! Gente... uma cena incrível, se levar em consideração os anos em que esses dois estavam brigados. O Pete sempre foi muito triste pelo pai dele tê-lo rejeitado, então ver isso é maravilhoso.




Eu já mencionei aqui no blog que não falaria das carreiras solos/bandas paralelas dos meninos muito frequentemente, pois esse blog se trataria apenas do The Libertines. Claro que uma hora ou outra, eu acabo falando desses outros projetos deles também, principalmente quando os Libs estão "desaparecidos".

Bem, no dia 02/12 de 2016, o Peter lançou seu segundo álbum solo, o Hamburg Demonstrations. Eu mencionei algo da produção dele, assim como algumas notícias e tudo mais, maaas hoje trago uma review desse álbum que foi tão aclamado.

A imagem acima é da capa do álbum, agora vejamos o setlist abaixo:

1. Kolly Kibber
2. Down For The Outing
3. Birdcage
4. Hell To Pay The Gates Of Heaven
5. Flags From The Old Regime
6. I Don't Love Anyone (But You're Not Just Anyone) V2
7. A Spy In The House Of Love (Demo Vocals)
8. Oily Boker
9. I Dont Love Anyone (But You're Not Just Anyone)
10. The Whole World Is Our Playground
11. She Is Far

Nota 67 no Metascore e 90 no Users Score no site do Metacritic, quatro estrelas na review que traduzi, assim como inúmeros elogios. O Hamburg Demonstrations foi um álbum e tanto, calando assim a boquinha da galera que ama falar mal do Pete! ;))

Eu sou péssima fazendo review/análise/whatever de qualquer coisa, por isso resolvi traduzir uma review bem legal que eu havia lido.

A review foi feita pelo Andrew Perry, no dia 8 de dezembro de 2016, para a popular revista musical britânica Mojo, e, como eu disse, classificou o álbum com 4 estrelas! Uhuull! xD

Ela pode ser lida nesse link (em inglês, claro).

Agora a tradução.... <3

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O Peter Doherty dos infâmes tablóides de meados de 2000, suando e com olhos vidrados, não era um candidato provável para continuar fazendo álbuns em 2016. No entanto, aqui ele traz seu oitavo álbum nos 14 anos desde o Up The Bracket do The Libertines – um sólido trabalho. Onde os Libs canalizam sua canção mais poderosa, o Babyshambles lhe permite ser mais livre de formas, por isso pode-se imaginar seus álbuns solo a ser um esboço, indulgente, incoerente. Longe disso: assim como Grace/Wastelands de 2009, esta segunda viagem solo é sobre músicas consistentes, minimamente instrumentados, com letras afetuosas e de coração aberto - talvez uma pausa da exaustiva narrativa em sua co-escrita tumultuosa com Carl Barat.

No início de 2016, com a reunião dos Libs acontecendo, Doherty completou sua agenda indo em um dia de aviso no Clouds Hill Recordings em Hamburgo, e morando lá nos seis meses que vieram. Lá, ele escreveu e gravou o Hamburg Demonstrations, contratando o produtor e chefe da gravadora, Johann Scheerer, além de um grupo de técnicos alemães associados, que forneceram um pano de fundo solto para os vôos estrelados e românticos de seu líder.

Um tema recorrente é o medo da mortalidade: na faixa de abertura Kolly Kibber, Doherty declara seu desconforto com a morte como aquele personagem de O Condenado, de Graham Greene - uma figura furtiva, a quem os leitores de jornais são alistados para rastrear em troca de prêmios em dinheiro (ecos dos tempos de Pete com Kate Moss, certamente), mas quem é  “thrown from the ghost train, into the beautiful briny sea”[ "jogado do trem fantasma, para o belo mar salgado"].

O que exatamente Doherty fala está possivelmente criptografado em um segundo verso cantado em alemão indecifrável, mas a magia inexplicável que esse volátil personagem pode narrar torna-se mais do que aparente às 2:15, assim que o refrão chocante dá lugar a uma caída de arrepiar a espinha de tão bonita, onde backing vocals feminino cantam o nome Kibber, lançando o nosso herói para sua resolução comicamente escapista para "ficar bêbado, e cantar Knees Up Mother Brodie!¹" E essa é apenas a primeira parte.

Kolly Kibber

Mais adiante, uma mais delicada (e ligeiramente renomeada) traz seu melancólico canto para Amy Winehouse, Flags From The Old Regime, é igualmente acompanhada de fascínio. Como na versão do single do ano passado, melancolicamente orquestrada, Doherty parece revelar o que ele vislumbrou dentro da alma da cantora, durante uma lendária farra de drogas pesadas no crash-pad² dela, em Camden, por volta de 2008 (apenas procure 'doherty winehouse mice' no Google).

Friamente, dado ao seu trágico falecimento em 2011, ele lamentou-se sobre como “They made your fortune, but you broke inside” ["Eles fizeram a sua fortuna, mas você foi destruída por dentro"], e devidamente se preocupa, “how’re you gonna stand up there in front of the whole wide world, when you don’t feel them songs no more?” ["Como você vai ficar de pé lá na frente de todo o mundo, quando você não sente mais as canções para eles?"] Aqui, a bebedeira da dupla se estende até uma sexta noite, deixando um Doherty plausivelmente cansado e emocional para murmurar: “I don’t want to die in the shower.” ["Eu não quero morrer no chuveiro."]. Uma vez ouvido, é difícil não pensar em Flags [Bandeiras]... quando confrontado com imagens de uma perdida Amy em seus últimos dias.

Flags From The Old Regime

No outro extremo, Hell To Pay At The Gates Of Heaven medita animadamente sobre a noção de lutar por suas crenças. “C’mon boys, you gotta choose your weapon/J-45 or AK-47” ["Vamos meninos, você tem que escolher a sua arma / J-45 ou AK-47?"] executa o refrão conflitante - guitarra ou arma? Banda ou exército? Tal foi a resposta de Doherty ao ataque terrorista em Bataclan de novembro passado, notavelmente focado em seu compromisso com a auto-expressão sobre a violência, com uma sensação de medo apocalíptico palpável.

Hell To Pay At The Gates Of Heaven

Também a bordo estão algumas lindas canções de amor: fãs dos Libs vão comemorar a aparição oficial da já muito ouvida She Is Far, tocante e, mais próximo do acústico, que ele escreveu em sua adolescência, e é, consequentemente, iluminado por imagens chocantes de mudança para a capital. Novamente, embora (e mantendo também suas contribuições ao álbum do Libertines de 2015, Anthems For Doomed Youth) quase tenha o clima de um elogio para uma namorada desobediente, a quem ele se desculpa “for every single dirty magazine” ["por cada revista de sacanagem"]. Se desenvolvendo com linhas incrivelmente inconsoláveis como “All those rivers underneath the city flow with tears” ["todos aqueles rios abaixo da cidade fluem com lágrimas"], Doherty está emergindo como um mestre das baladas sentimentais, onde mesmo os esgotos de Londres cheiram a rosas.

She Is Far

Os caluniadores podem apontar para a sua dependência de composições pré-Libs, e as duas versões de I Don’t Love Anyone (But You’re Not Just Anyone) - uma assustadoramente orquestral, a outra bem elétrica - como um indicador de falência criativa . Na verdade, porém, você sai de Hamburg Demonstrations apenas com mais certeza da amplitude e indestrutibilidade do talento de Doherty.

I Don't Love Anyone (But You're Not Just Anyone)



--- Notas da tradução ---

¹ Knees Up Mother Brown é uma canção britânica, publicada em 1938, muito conhecida em Londres. Fortemente associada a cultura Cockney.

² Crash-pad é uma palavra de origem inglesa que pode ser traduzida por colchão ou almofada de queda.


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Essa foi a tradução, espero que vocês tenham gostado! ^^

Como comentários pessoais, devo dizer que eu absolutamente amei o álbum. De verdade, não é porque é do Pete... hahah Realmente, é um trabalho muito bom.

A introdução de Kolly Kibber é linda de maaais, além de ter um refrão muito legal. O dueto do Pete com a Suzanne Martin em Birdcage é MARAVILHOSO!! A gaita em Oily Boker, tanto da intro quanto o solo da parte final, é incrível. Isso sem mencionar a The Whole World Is Our Playground, que ganhou uma nova cara e das mais bonitas. Fora que a voz do Pete está da primeira até a última música com uma doçura e delicadeza quase palpável. Realmente gostoso de ouvir.


Birdcage


Oily Boker


The Whole World Is Our Playground

Faltam elogios da minha parte na hora de falar do Hamburg Demonstrations. Um álbum mais do que recomendado, sem a menor sombra de dúvida. Tão bom quanto Grace/Wastelands, o Pete não decepciona nunca! <3

Como alguns devem saber, muitas das músicas (quase todas) desse álbum já eram conhecidas pelos fans do Pete, pois eram trabalhos apenas não lançados oficialmente. Inclusive, a The Whole World Is Our Playground já era uma das minhas favoritas a aaanos! Usei até o nome dela para título de uma fanfiction que escrevi (você pode ler aqui).

Agora, me despeço de vocês deixando vídeos com as versões antigas dessas que foram lançadas no álbum. :)

Colly Kibber (Kolly Kibber, 2014)


Down For The Outing (2012)


Bird Cage (Apareceu como trilha sonora do Confissões de Um Jovem Apaixonado, 2012)


Flags From The Old Regime (2013)


I Don't Love Anyone (2013)



A Spy In The House Of Love (2008)


Oily Boker (2014)


The Whole World Is Our Playground (2007)


She Is Far (2007)

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Até a próxima, galera!! ;)






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